Ano: 2012
Diretor: Katsuyuki Motohiro
Estúdio: Production I.G.
País: Japão
Episódios: 22
Duração: 24 min
Gênero: Drama / Sci-Fi





É nesse cenário que a jovem policial Akane Tsunemori entra para o Departamento de Segurança Pública. Apesar de ser novata, já é designada para a função de inspetora devido a falta de pessoal, e assim adentra na realidade daqueles que lutam contra o crime neste Japão futurista, conhecendo assim o Coator de poucas palavras e instintos investigativos sem igual Shinya Kougami.

O enredo engrena de vez ao final de sua primeira metade, quando somos introduzidos a um dos vilões mais interessantes, carismáticos, pragmáticos e sem piedade que já vi faz um bom tempo: Shougo Makishima. Desde a primeira cena do primeiro episódio, esse cara já passa a impressão de ser cruel e distorcido, e a descontrução de sua personalidade por parte dos integrantes do Departamento de Segurança Pública (especialmente Shinya) é facilmente um dos pontos fortes da série. Suas constantes citações de George Orwell (1984) e Jonathan Swift (As Viagens De Gulliver) como forma de crítica a essa sociedade controladora e alienadora são sempre curiosas.





Pelo menos os dois protagonistas, Akane e Shinya, tem uma boa dinâmica e a maneira como um se vê naturalmente interessado e influenciado pelo outro é natural e bem planejado. Apesar de ter nascido neste tipo de sociedade, o fato de Akane ser umas das poucas exceções em que o sistema lhe deu um leque de opções variadas, além de seu psycho-pass ser impossível de se nublar, fez com que ela se tornasse uma pessoa pacifista, gentil e crente na bondade e capacidade dos humanos de se redimirem e crescerem. Já Shinya possui uma visão bem mais pessimista e sarcástica da sociedade, acreditando na justiça com as próprias mãos e sentindo prazer com a adrenalina de seu ofício, mesmo com seu coração no lugar certo. Os embates de ideais entre eles são sempre bem trabalhados e não passam a impressão de serem forçados, geralmente com Akane aos poucos se desiludindo e amadurecendo ao longo do enredo.
A parte tecnica do anime peca em alguns quesitos, a começar pelo visual. Existe uma clara falta de estabilidade na qualidade de animação de episódio para episódio. No melhor dos casos, a animação está a par do mínimo que se espera de produções atuais, nos piores os personagens estão simplesmente horríveis, com penteados, pernas e braços desproporcionais, olhos esbugalhados ou vesgos e fluídez de movimento quase nula. É algo que realmente te distrai da experiência como um todo. Além disso, a direção geral de arte pode ser descrita como sem graça. Tudo é muito cinza e preto o tempo inteiro e não passa uma boa sensação de um Japão futurista e distópico. Talvez essa fosse a intenção tendo em vista os argumentos que o enredo propõe, mas não deixa de ser chato de olhar.
A trilha sonora possui temas de abertura e encerramento legais e memoráveis (o encerramento “Namae No Nai Kaibutsu” é excepcionalmente agradável aos ouvidos), mas as músicas de fundo são totalmente esquecíveis e apenas cumprem o seu trabalho de definir o tom das cenas sem tirar nem por.
Psycho-Pass é um anime que vale a pena ser assistido, mas não chega a se denvolver em algo que possa ser classificado acima da média. É uma boa história com um vilão altamente memorável, mas nada mais que isso. O final do anime é relativamente aberto, e já foi anunciada uma segunda temporada, então pode ser que essa série consiga se superar em um futuro próximo.
Lucas Funchal
Gostei muito de Psycho-Pass, especialmente por causa do vilão. Mas a segunda temporada é uma das maiores decepções que já tive nos animes. Esperei muito tempo, e quando finalmente ela chegou, fui obrigado a dropar.
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