Ano: 2009
Diretor: Toshiya Shinohara
Estúdio: David Production
País: Japão
Episódios: 27
Duração: 24 min
Gênero: Drama / Aventura / Fantasia




Os Bibliotecários Armados são pessoas com poderes psíquicos e que são liderados por uma mulher chamada Hamyuts Meseta, que possui um desejo imenso de lutar, matar e ser morta por alguém mais forte do que ela. Seu poder consiste em ataques de pedras desferidos por sua funda. Possui ainda um poder que emite linhas sensoriais que captam o movimento do inimigo. O inimigo dos Bibliotecários é uma seita religiosa e assassina chamada Igreja Shindek que, logo no primeiro episódio, aparece numa conspiração para matar Hamyuts criando homens-bomba desprovidos de emoções, que possuem apenas o intuito de matá-la e que são chamados de “Carnes”.
The Book of Bantorra tem uma maneira interessante de contar a história. Os episódios são divididos em arcos, com três ou cinco episódios focados na história de alguns personagens específicos ou de algum acontecimento. Por exemplo, o primeiro arco foca-se em Colio Tonies, uma “Carne” que acaba vendo a trágica história de Shiron Byarconise através de fragmentos do seu livro. Depois, muda-se para outro foco, como a história de Volken Macmani, um dos Bibliotecários Armados, e assim por diante. Mas vale mencionar que isso não é um aglomerado de histórias soltas (apesar de parecer) mas, sim, enredos que desenvolvem a trama, assim como caracterizam personagens e relatam acontecimentos que, de uma forma ou de outra, estão contribuindo para o entendimento da história. Por que a Igreja Shindeki se opõe aos Bibliotecários? Quem é Hamyuts Meseta? Qual é a real história dos personagens? O que é o Paraíso?




Tudo bem que o anime é meio devagar, não tem um rumo muito definido no início e falta mais humanidade nos personagens em alguns quesitos, mas existem pontos bons. Os arcos separadamente se desenrolam muito bem e os acontecimentos paralelos, que são o mundo presente e o mundo quando se lê os livros, são muito legais de se ver. Bisbilhotar a vida dos outros é algo realmente importante na realidade do anime. Há gente que se vicia nisso e tudo mais, tendo até alguns momentos cômicos. Os personagens são mesmo bem desenvolvidos e característicos, e suas participações, que variam em cada arco de episódios, trazem um ar dramático junto a outros personagens secundários. Histórias como a do Enlike e Noloty Malche valem muito à pena. Personagens misteriosos e estranhos enriquecem a obra, aliados à boa sonoridade e traços agradáveis. Mas os defeitos tornam a voltar...
Até o episódio 23 vê-se o último episódio do penúltimo arco. Acontecimentos paralelos, enredo principal ao fundo se desenrolando e ficando mais empolgante até esse momento. Personagens que aparecem e marcam com suas presenças e depois desaparecem. Mistérios não resolvidos e que levavam o espectador a querer saber o que realmente está por trás dos panos... Até agora.
O último arco é o derradeiro final, os últimos episódios, a revelação de tudo. Mas era isso? Uma sequência de episódios que revelam uma causa tão banal até? Acontecimentos tão forçados a ponto de criar situações meio impossíveis e “viajadas”? A razão pelo qual todos sofreram, alguns morreram e que tanto esperamos pra saber era tão bobinha assim? A resposta pra tudo é sim. O pior é que o anime quer mostrar que a razão era boa, que tudo foi muito sério e apocalíptico. Acontecem tantos vaivéns malucos no fim que surpreende até, te faz imaginar como tanta coisa assim pode acontecer de uma ora pra outra e com uma razão tão boba (como a Nieniu foi se transformar naquela coisa)? Como a Chacoly fez aquilo na Mirepoc? Entre outros fatos que é melhor não revelar. É incrível como se pode estragar um anime inteiro só com uns quatro episódios. Geralmente animes com um inicio ruim mas com um final redentor conseguem se salvar e ganhar respeito, mas um anime que se desenvolve bem, tem tudo pra cair nas graças do povo e que, no fim, põe tudo a estragar, faz com que tudo o que passou e que foi bom seja enterrado cova abaixo. O final é a coisa mais importante em um anime, mas neste, nem o epílogo foi convincente.
Marcos França
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