Estúdio: Kyoto Animation
Diretor: Haruka Fujita, Taichi Ishidate
País: Japão
Episódios: 13
Duração: 23 min
Gênero: Drama / Fantasia / Sci-Fi




Eu tenho certeza que para fazer este teaser de meros 46 segundos foi gasto mais tempo e trabalho do que a maioria dos episódios completos dos animes atuais. Eu não sabia o que seria, mas esperava algo nível Ghibli ou Makoto Shinkai.
De vez em quando alguma pessoa me mandava novamente este teaser e todo o deslumbramento voltava. Até que me avisaram que havia estreado. E era uma série, não um filme. E meu queixo caiu mais uma vez.
Séries de animes são feitas para serem baratas. O mais baratas possível. Por isso tantos animes envelheceram tão mal. Já os filmes e OVAs costumam ter um valor de produção maior, e consequentemente maior qualidade técnica. Violet Evergarden tem uma animação incrível em vários momentos (os chamados “sakuga”). E em outros usa vários “truques” para parecer ter uma animação melhor – brilhos, câmeras que deslizam, etc. O resultado final é excelente. Alguns episódios são, claro, muito mais bem-acabados que outros. Mas isso não muda o fato que mesmo quando Violet Evergarden está nos seus piores momentos, ainda está muito acima da média.

Isto é o que aquele pequeno teaser promete e cumpre. Mas o que me manteve até o final foi exatamente o que ele não é, e eu achava que seria. Violet não é um robô, apesar do que o trailer pode sugerir. E, apesar dela ter excelentes habilidades de combate, há pouquíssima ação. Violet é uma personagem que fala pouco e interage pouco. É uma pessoa distante e reservada. Mas ela não é assim por questão de estilo, ela é uma pessoa emocionalmente destruída. Não é legal ser alguém que não expressa seus sentimentos. É sufocante.



O episódio 10 em particular me deixou desolado. Desde o começo é fácil de previr o que vai acontecer, mas quando acontece, o impacto ainda ressoa. E, um episódio por vez, o anime vai te conquistando. Quem desenvolve não é muito a história, mas a própria Violet. Talvez não tenha sobrado muito espaço para os outros personagens recorrentes, mas eu gosto de como tudo foi montado e tudo aconteceu. Me lembra das próprias dificuldades da Violet em se conectar.
Mesmo se o resto do anime fosse ruim, eu provavelmente assistiria pela parte técnica. Mas, tirando ela, o que sobra? Um excelente anime que parece brincar de subverter as expectativas, trata a guerra de um jeito incomum e tem uma personagem pacifista de verdade. Não li as "light novels" que o inspiraram, escritas por Kana Akatsuki e ilustradas por Akiko Takase. Mas vi por acaso um comentário comparando os finais de ambas, e são opostos em um ponto crucial para a trama. Eu adorei o final do anime. É uma obra muito fácil de recomendar – tem no Netflix, é muito bem produzido e foi até dublado. É fácil de recomendar até para quem não gosta dos clichês tradicionais dos animes, e tem preconceitos com a mídia. Tem uma integridade a seus temas meio difícil de se encontrar.
Heider Carlos
Nenhum comentário:
Postar um comentário