Diretor: Toshiyuki Tsuru
Estúdio: Madhouse
País: Japão
Episódios: 26
Duração: 25 min
Gênero: Ação / Drama / Sci-Fi

O primeiro episódio conta a história de Beyond the Grave, um homem que é trazido de volta à vida por um cientista, para proteger uma menina chamada Mika dos soldados e monstros geneticamente modificados do sindicato mafioso chamado Millennion. Além disso, Grave tem assuntos pessoais a resolver com o sindicato e, especialmente, com seu líder, o gângster conhecido como Bloody Harry.


Apesar da diferença de tom entre os dois animes, com Trigun sendo bem descontraído e Gungrave sendo mais dramático, ambos têm várias coisas em comum. Em primeiro lugar, apesar de serem animes de ação, ambos têm um ritmo um pouco mais lento e se preocupam bastante em mostrar as pessoas e as situações, não se restringindo a chuvas de balas. Além disso, os dois animes mostram personagens assombrados por fantasmas do passado e misturam ficção científica a gêneros com os quais ela não costuma ser misturada, como o western, no caso de Trigun, e o de máfia, no caso de Gungrave.





Obviamente, não posso esquecer dos principais. Brandon é o retrato do herói estóico: grande, forte e calado. Ele é extremamente leal e faz de tudo pelas pessoas importantes para ele, chegando a ser até frustrante em certos momentos. Já o Harry é um cara descolado, boa pinta e cheio de lábia, além de ser um líder nato e possuir uma ambição sem tamanho. As personalidades e a relação dos dois chegam a lembrar em muitos momentos as personalidades e a relação entre Guts e Griffith, do excelente Berserk. Por fim, temos Maria Asagi. Ela é uma garota comum e doce, e é o interesse amoroso de Brandon. O legal de Gungrave é que as personagens não sofrem do maniqueísmo presente em muitos animes (inclusive em Trigun, né, Vash?). Brandon pode ser um anjo para as pessoas importantes para ele, mas isso não o impede de se tornar um dos assassinos mais eficientes do Millennion. E Harry, mesmo no auge de sua megalomania, demonstra afeto por certas pessoas e mostra um lado caridoso. E isso não se aplica só a eles. Esse contraste existe em praticamente todas as personagens mais importantes.
Nos quesitos técnicos, o anime é competente, com boa animação e um traço mais sóbrio que combina com o tom. Os tiroteios são bastante estilizados, com pistoleiros dando tiros impossíveis e fazendo acrobacias, no que o anime novamente lembra Trigun. A excelente trilha sonora mistura um jazz bem triste com blues e músicas clássicas, em um estilo que remete aos filmes de máfia, como "O Poderoso Chefão". O tema de encerramento me agradou muito. A dublagem também é de boa qualidade, mas o dublador do Brandon deve ter ganho o dinheiro mais fácil da sua vida, já que o mesmo quase não fala...
Apesar das opiniões que eu encontro sobre Gungrave serem normalmente positivas, como a minha, existe uma reclamação bastante comum. Assim como o já citado Berserk, o anime começa com um clima sobrenatural e depois volta a um passado mais mundano, para mostrar como as coisas chegaram ao ponto onde o anime começa. O problema é que, quando volta, Gungrave passa rapidamente de um anime sóbrio sobre máfia para um anime de ação que mostra Brandon procurando vingança. Muita gente diz que o anime cai de qualidade mas, na minha opinião, o maior problema é a mudança brusca de estilo, já que o anime continua se preocupando muito com as personagens e o ritmo é parecido.
O que costuma ser consenso é o final que é muito bom, o que é raro de encontrar. É um final coerente e que resolve tudo sem soluções mágicas.
Gungrave é um anime de qualidade bem acima da média, com boas personagens, um bom enredo e um final decente. Recomendado para todos que gostam de um bom anime que misture ação e drama.
M4rc0 AFRL
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