Ano: 2006
Diretor: Kenichi Imaizumi
Estúdio: Artland
País: Japão
Episódios: 203
Duração: 24 min
Gênero: Ação / Comédia / Drama



Tsuna é um personagem principal atípico: apesar de ser um perdedor, ele quer continuar assim e sonha aproveitar sua vida em paz, sem nenhuma motivação ou sonho de crescer. Até que um dia aparece algo para mudá-lo, um bebê vestido de mafioso chamado Reborn que vai ensinar o garoto perdedor a ser o novo chefe da família de mafiosos chamada Vongola. Reborn não é um bebê qualquer, é simplesmente um dos mafiosos mais fortes do mundo, sempre parece saber tudo e gosta de vestir fantasias bizarras, isto é, ele conta as explicações dos elementos e é o apelo kawaii (coisa bonitinha) da série.
Seguindo uma receita de sucesso que é "pegar algo e distorcê-lo totalmente" (para o bem ou para o mal), desta vez não são piratas (One Piece), ninjas (Naruto) ou magos (Fairy Tail). O alvo agora é remodelar todo conceito de Máfia, a qual tem uma retratação muito parecida com o conceito genérico de grupos em animes de pancadaria, que consiste em uns caras fortes com poderes mágicos lutando pelo poder da amizade. Sim, o tema mais do que batido em animes do gênero é o principal. Katekyou Hitman Reborn e a Máfia desse anime não comete crimes e oprime as pessoas pelo pagamento de proteção ou faz contrabando, eles somente lutam para proteger os amigos (será que a autora sabe que, para ser Máfia, é preciso necessariamente ser uma organização criminosa?!).




Uma das coisas mais irritantes em animes dessa categoria são as enrolações e os famigerados "fillers", sagas que não acrescentam em nada na obra, pois não são baseadas no mangá e, assim, os roteiristas da série não podem criar uma saga que mude algo na história, pois essas mudanças seriam um problema quando o anime voltasse a adaptar o mangá. “Katekyou Hitman Reborn!” ainda é um pouco enrolado, principalmente nos episódios finais, porém ele tem um conceito que seria uma maravilha se fosse largamente utilizado em animes do gênero, uma espécie de "filler" canônico aprovado pela autora do mangá. Estas sagas continuam não mudando radicalmente a história, porém fazem o universo do anime crescer, mostrando personagens e fatos importantes que ainda não foram revelados no mangá e, ainda por cima, são uma tremenda jogada de marketing, o publico será obrigado a acompanhar o mangá e o anime para saber sobre tudo, sendo bom tanto para quem produz, quanto para quem assiste.
Os personagens são bem variados, do medroso Tsuna ao chorão Lambo, do hiper fiel Gokudera até o solitário, agressivo e forte Hibari, que conseguem manter a série. Um dos maiores trunfos da série é não tem "fan-service" sexual. Então, quem espera aquela famosa personagem peituda ou cenas que tratam mulheres como objeto, pode procurar outra obra, pois o mangá foi criado por uma mulher que mostrou que não precisa desse tipo de apelação para ser uma boa obra.
A trilha sonora no geral não chama atenção, tendo uma ou outra música legal, mas nenhuma marcante, a não ser as músicas de abertura, que são muito boas.
O planejamento é um dos melhores que eu já vi em alguma obra do estilo. Uma saga é extremamente ligada à outra e coisas que serão importantes no futuro são apresentadas sem que o espectador perceba, deixam a história com um ritmo muito bom e imprevisível.
“Katekyou Hitman Reborn!” não é uma grande obra no geral. Recorre a clichês muito utilizados no gênero e tem um começo muito fraco, mas não apela para a sexualidade e tem um bom planejamento. Talvez quem procure um anime de Máfia fique muito decepcionado, pois esta é uma animação para quem está a fim de um anime de porrada “bonito e sincero”. O anime terminou com 203 episódios e, até o final da escrita dessa resenha, não foi anunciada uma continuação, apesar do mangá continuar. E o final do anime deixa uma sutil e quase imperceptível dica da próxima saga, obviamente terminando em aberto.
Artur Antunes (Ghosturbo)
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