Alternativos: Ibara no Ou
Ano: 2009
Estúdio: Sunrise
Diretor: Kazuyoshi Katayama
País: Japão
Episódios: 1
Duração: 100 minutos
Gênero: Drama / Sci-Fi / Terror




Básicamente, King of Thorn é um “survival horror” clássico, onde somos apresentados a um grupo pequeno de pessoas tentando sobreviver a perigos violentos dentro de um ambiente claustrofóbico, ao mesmo tempo em que vão descobrindo a resposta para os mistérios propostos pelo enredo. Acrescente uma boa dose de pseudo-intelectualismo, personagens não muito memoráveis e alguns clichês do gênero, e temos um filme que tenta ao máximo propor temas filosóficos e inteligentes, mas que no fim vira apenas uma mistura de gêneros forçada e não tão original.






Quanto ao enredo em si, ele atira vários temas supostamente inteligentes ao espectador de uma maneira tão rápida e forçada que chega a ser difícil tentar levar aquilo a sério. A possibilidade de tornar sonhos em realidade, alienígenas, menções religiosas e muitas referências ao clássico conto de fadas “A Bela Adormecida” constituem uma parte importante do enredo, porém nada é realmente bem apresentado, ou seja, a impressão que se tem é que tentaram incluir uma mensagem profunda em uma história que não causa o impacto emocional necessário pra que os temas em questão sejam considerados por quem assiste.
Mas, para ser justo, King of Thorn tem seus momentos. Lá para o final do filme, temos algumas reviravoltas interessantes, o impacto emocional começa a aparecer (mesmo que não seja lá essas coisas) e as pontas soltas do enredo começam a se amarrar de uma maneira em que tudo faz sentido, apesar de forçado. Praticamente nenhuma parte do longa-metragem é descartável, e este faz questão de mostrar que aquelas cenas rápidas no começo e meio do filme eram dicas do seu desfecho.
Quanto à parte técnica, King of Thorn tem uma ótima animação por parte da Sunrise, porém peca na utilização de efeitos computadorizados. Todos os monstros que aparecem no filme são retratados em CG, sem o mínimo de esforço para integrá-lo à animação e, como se isso não bastasse, os personagens também. Toda a vez que um monstro aparece para persegui-los, estes também são retratados em modelos “cell-shading” em 3D, fazendo com que a experiência seja inconsistente. Afinal, é uma decisão no mínimo idiota ficar transitando entre animação em 2D de qualidade e bonecos com movimentações meio duras em 3D.
A trilha sonora é muito bem feita e sempre presente durante o filme inteiro. Músicas de fundo orquestradas e até certo ponto grudentas combinam com o clima de cada cena, além de um bom encerramento durante os créditos. Pelo menos nessa parte, o filme acertou em cheio.
Devido à boa reputação do mangá de Yuji Iwahara, é fácil perceber que o longa-metragem de King of Thorn compactou e alterou muito a história original. Você vê o potencial do enredo que nunca se desenvolve devidamente e, ao invés de ser uma história interessante e diferente, se torna apenas um monte de pseudo-intelectualismo não convincente aliado a cenas de violência e personagens desinteressantes. É um entretenimento decente durante 1 hora e 40 minutos, mas não vai deixar nada na memória nem atiçar a mente de quem assiste para seus temas filosóficos e complexos.
Lucas Funchal
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